Por Michael "iMonk" Spencer.
Originalmente publicado em InternetMonk, em 19 de agosto de 2009. Traduzido com permissão.
Eu andei pensando bastante sobre este post, e eu simplesmente não consigo pensar em nada pra dizer que não seja o óbvio.
O culto público evangélico é o culto do povo de Deus. Deus atua, fala, convida e oferece. O povo de Deus responde em adoração, serviço, ministério e missão. Esse é o espírito e o conteúdo do culto como um evento do povo de Deus reunido e como uma influência constante. Fazer do culto evangélico qualquer outra coisa é deturpar o culto.
A congregação representa todo o espectro humano e cultural no qual a igreja existe. Criar uma congregação que distorça o contexto natural humano e cultural pode fornecer uma matriz eficaz para o crescimento ou para outras atividades, mas terá sérias conseqüencias para muitos aspectos da vida da igreja em que a multiplicidade de gerações e de contextos naturais seja importante. (Uma congregação de skatistas de vinte e poucos anos é teoricamente possível, mas terá problemas no que tange a liderança e missão que pretendam alcançar além dessa faixa etária e cultura).
A congregação não é uma platéia. Eles não são consumidores. Eles não são um mercado. A congregação é a assembléia do povo de Deus, e sua participação é definida por essa identidade e não por qualquer outra. Se a assembléia é tratada como qualquer outra coisa que não a congregação do povo de Deus, será difícil chamar o que acontece ali de um culto de adoração. Pode ser uma reunião legítima para a prática de caridade, entretenimento ou comunicação, mas não será uma assembléia da Igreja. (Eu não tenho problema algum com reuniões que não sejam o culto público da Igreja, mas nós devemos ser honestos quanto ao papel da congregação nelas).
Toda oportunidade de participação da congregação deve ser aproveitada. Cantar. Orar. Fazer leituras responsivas. Ouvir ativamente. Responder com "amém". Ministrar um ao outro. Servir e partilhar da Ceia do Senhor. Ler/ouvir a proclamação da Palava.
O culto deveria ser planejado tendo a adoração (enquanto resposta da congregação a Deus), como a principal meta humana. A congregação não deve ser tornada passiva ou irrelevante.
Muito do que é feito no culto evangélico trata a congregação com menos do que o respeito devido ao povo de Deus. Os líderes não são celebridades a serem veneradas. Os responsos que sejam respostas humanas a ações humanas têm o mínimo valor no culto, mas respostas da congregação a Deus são de grande valor.
É a congregação o grande instrumento de culto na liturgia evangélica. Os líderes são como os "pontos" em um teatro, que lembram a congregação de Deus e do Evangelho. Deus, o Espírito, está presente no Evangelho e nos Sacramentos. A resposta da congregação a Deus -- e nada mais -- define o propósito de uma reunião do povo de Deus para o seu culto.
Há, portanto, ocasiões em que limites à "congregação" podem ser necessários. Diferentes tradições cristãs vão abordar esses limites de maneiras diferentes. Se a membresia em uma congregação vai além da união com Cristo ou a participação no Reino, pode ser que haja uma ênfase excessiva nesses limites. Mas sem limites, a idéia de "povo de Deus" poderá perder seu sentido.
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