quarta-feira, 9 de julho de 2008

Presbiterianos & liturgia, parte 7

O serviço de Deus através do ministro

Por Jeffrey J. Meyers

(continuação da parte 6)
(leia o original aqui)

Vamos pensar no desaparecimento do pastor como representante do Senhor e seu porta-voz, em muitos cultos que se vêem por aí. Muitos pastores não dirigem mais o culto dominical. Esse afastamento do papel de liderança do pastor no culto contemporâneo decorre desse tipo de concepção unilateral do culto dominical que eu venho criticando.

Se o que as pessoas estão fazendo no culto é simplesmente se reunirem para render louvor e orações, e oferecer a Deus toda sorte de devoção humana, então nós podemos mesmo simplesmente nos reunir para fazer isso juntos, e qualquer um pode liderar. Se, no entanto, o próprio Senhor Deus é quem nos vem encontrar e nos conceder suas dádivas, então o ministro ordenado terá um papel de destaque, de modo que as pessoas não tenham dúvida de que é o próprio Senhor quem está falando, absolvendo, batizando, nos oferecendo alimento e bebida, e finalmente nos abençoando e nos enviando ao mundo para aumentar seu reino.



É claro, isto não quer dizer que o Senhor nos serve no culto exclusivamente através do pastor, visto que Deus também opera através das orações comunitárias, recitações e canto da congregação. Quantas vezes nós fomos verdadeiramente servidos por Deus enquanto ouvíamos e nos uníamos à voz unida da igreja, em oração e louvor? O Senhor, portanto, nos serve no culto dominical de modo que seu Espírito fale tanto pela voz do ministro como pelas vozes de seu povo. Mas deve haver uma certa prioridade dada às palavras e ações do ministro no culto dominical.

É por isso que o ministro que lidera o culto deve ser um homem ordenado. Por questão de seu ofício, ele deve representar o Noivo da noiva. Uma mulher não poderia fazê-lo. Isto faria destoar a própria estrutura dos papéis de relações dentro da igreja e do lar. O simbolismo da liderança masculina deve ser mantida na liturgia comunitária da igreja.

A igreja submete-se ao seu Senhor enquanto recebe dele a Palavra e os Sacramentos pela boca e mãos do pastor. O padrão de liderança masculina está enraizado profundamente na ordem criada (Gn 2.15-24; 3.15-19; I Tm 2.11-15; I Pe 3.1-7), bem como na ordem re-criada (I Co 11.3-16; 14.33-35; Ef 5.22-33). Esses papéis de relacionamento não são negociáveis. C. S. Lewis diz: "Eu estou esmagadoramente consciente de quão inadequados a maioria de nós somos, em nossas verdadeiras e históricas atualidades, para desempenhar o papel que é preparado para nós. Mas há um velho ditado militar que diz que você faz continência para o uniforme, e não quem o veste. Somente alguém vestindo o uniforme masculino pode (provisionalmente e até a Parousia) representar o Senhor da Igreja: pois todos nós somos, comunitária e individualmente, femininos para ele. Nós, homens, damos péssimos sacerdotes. Isso porque nós somos insuficientemente masculinos. Não há cura para aqueles de nós que não são, absolutamente, nada masculinos. Um dado homem pode dar um marido muito ruim; você não pode consertar isso invertendo os papéis. Ele pode ser um mau parceiro de dança. A cura para isso é que os homens devam freqüentar com maior empenho aulas de dança, e não que a pista de dança passe a ignorar distinções de sexo e tratar a todos os dançarinos como neutros."(citado in Credenda Agenda 11/2 [1999]: 3).

Continua na parte 8.

Um comentário:

Eduardo H. Chagas disse...

Não que eu concorde muito com esse texto... Mas pelo bem da completude da série, aí está.