tradução de Eduardo Henrique Chagas
Why Should Presbyterians Read the Book of Common Prayer? originalmente publicado em Recycled Missionaries. Traduzido com permissão. A tradução é de inteira responsabilidade do Tradutor.
Uma versão deste artigo foi lida na conferência Positively Presbyterian em Larbert, agosto de 2012.
A revolta contra a introdução do Livro de Oração inglês na Escócia em 1637. |
Introdução
Por que presbiterianos confessionais deveriam se interessar pelo Livro de Oração Comum? Será um sinal de que abandonamos nossa herança tradicional e perdemos nossa perspectiva histórica distinta? Se for, estamos em boa companhia. Thomas Chalmers uma vez escreveu a um amigo anglicano: "Admiro por demais (...) os seus Artigos, seu Livro de Oração, suas Homilias."1Presbiterianos costumam ter uma opinião negativa sobre o Livro de Oração Comum. Eles tornam ao episódio de julho de 1637, quando Jenny Geddes atirou seu banquinho contra o Deão de Edimburgo, enquanto invocava sobre ele o julgamento divino, com palavras graciosas como "O diabo lhe dê cólicas nos intestinos, seu ladrão farsante! Ousa rezar missa no meu ouvido?". Ou relembramos as forças de Sir John Hurry marchando contra os regalistas de Montrose na Batalha de Auldearn, em 1645, sob o grito de guerra "Não aos bispos, não ao Livro de Oração, não a janelas pintadas!". Não obstante, o exército aliancista se dispersou e fugiu do campo de batalha, Sir John Hurry mudou de lado de novo e uniu-se a Montrose. E então nos lembramos de como, 17 anos depois, a Lei de Uniformidade de 1662, de Carlos II, tornou obrigatório na Inglaterra o uso do Livro de Oração, levando dois mil ministros não-conformistas à expulsão da Igreja da Inglaterra, muitos deles presbiterianos. Isso significa que o 24 de agosto de 2012 é, simultaneamente, o 350º aniversário do Livro de Oração Comum de 1662 e o 350º aniversário da Grande Expulsão no dia negro de São Bartolomeu.
Mas, como já disse Henry Ford, "história é de somenos", e a noção popular de história da Igreja é a maior bobagem de todas. Na verdade, Jenny Geddes fazia objeção não ao uso do Livro de Oração Comum, mas à imposição da liturgia semi-católica do Arcebispo Laud. Igualmente, a injúria causada pela Lei de Uniformidade de 1662 não estava tanto no uso obrigatório do Livro de Oração Comum, mas no voto que obrigava ministros e magistrados a render sincera obediência e consentimento a tudo quanto estava contido e prescrito nele e por ele, incluindo o governo episcopal, e a abjurar a Liga e Aliança Solene, o que destruía de vez o grandioso sonho da Assembleia de Westminster de uma Igreja Presbiteriana unida da Inglaterra, Escócia e Irlanda.
Sugiro que há pelo menos dois bons motivos pelos quais os presbiterianos deveriam ler e valorizar o Livro de Oração Comum. Primeiro, por causa do seu relacionamento íntimo com a Reforma Escocesa, e segundo, por seu valor como um guia para a oração pública. Mas antes, um aviso: meu interesse no Livro de Oração Comum de 1662 é restrito principalmente a sua parte litúrgica, especificamente os cultos de Oração Matutina e Vespertina, as orações, ações de graças e coletas, bem como o culto da Santa Comunhão, mas enfaticamente não a sua doutrina de governo episcopal.
Já se disse, acertadamente, que o Livro de Oração Comum é um dos mais extraordinários livros da história. Não apenas porque é um instrumento para cultuar a Deus como Criador e Redentor, ou porque trouxe a Reforma diretamente aos lares ingleses em sua língua materna, mas também porque, por gerações, ele ofereceu um guia piedoso para conciliar as vicissitudes da vida: dor e sofrimento, bênção e prazer, no nascimento, casamento, vida e morte.
O Livro de Oração desempenhou um papel importante na Reforma Escocesa.
Como é bem sabido, o Livro de Oração é produto da Reforma Inglesa, preparado pelo Arcebispo de Cantuária de Henrique VIII, Thomas Cranmer2. Mas Cranmer não teve carta branca, e não foi senão depois da morte de Henrique que uma liturgia reformada inglesa viu a luz do dia. O Livro de Oração Comum de 1549 combinava a sensibilidade de Cranmer a posições diferentes da sua, com toda a sua sutileza doutrinária e talento literário3. Elaborado na intenção de unir tanto os tradicionalistas quanto os reformistas na Igreja inglesa, o Livro de Oração não satisfez a nenhum deles. E o pomo da discórdia era a liturgia da Comunhão: tradicionalistas sustentavam que ela não tinha o poder salvífico da Missa, enquanto os reformistas sentiam que ela ainda conservava muito da Missa.
É nesse ponto que o interesse escocês no Livro de Oração Comum ganha vida. Alguns meses antes de sua estreia, pela mediação do Rei da Inglaterra, Eduardo VI, John Knox fora solto da prisão nas galés francesas. Chegando à Inglaterra, Knox foi favoravelmente recebido pelo Arcebispo Cranmer e pelo Conselho Privado, e nomeado ministro da Igreja da Inglaterra, primeiro em Berwick-upon-Tweed, então em Newcastle, e finalmente, em 1551, em Londres, tornando-se um dos seis capelães da casa real. Foi nesta qualidade que sua opinião foi solicitada quando das revisões do Livro de Oração. Ele não era apaixonado pela obra de Cranmer, considerando erros os vestígios que restavam da Missa, especialmente o ajoelhar-se para receber a Comunhão. Knox não conseguiu modificar a postura de recepção, que continua sendo de joelhos até hoje, mas foi bem-sucedido em inserir uma rubrica no segundo Livro de Oração Comum (1552), que interpreta o ajoelhar-se como uma postura de humildade, e não de adoração idólatra ao pão e vinho consagrados como se contivessem a presença real [no sentido de material, física; N.T.] do corpo e do sangue de Cristo, que segundo Knox e outros Reformadores, estavam localizados no céu4. Que Knox foi o responsável pela rubrica extraímos do testemunho do Dr. Hugh Weston, Deão de Westminster, que reclamou, ressentido, que "um escocês renegado eliminou a adoração ou o culto de Cristo no sacramento (...) tão grandemente prevalecia sua autoridade naquela época."5
Embora afirmando que muito da liturgia inglesa continuava precisando de reforma, Knox não permitia que essas imperfeições o impedissem de servir como ministro da Igreja da Inglaterra, nem de recomendar o Livro de Oração Comum a sua antiga congregação em Berwick. Em agosto de 1553, Eduardo VI morreu e Maria Tudor assumiu o trono. Ameaçado por perseguição e morte, Knox fugiu para o continente para se tornar ministro dos exilados ingleses em Frankfurt.
Aqui ele se encontrou no meio de outra disputa litúrgica. Por lealdade a Cranmer, que aguardava sua execução na Inglaterra, alguns na congregação desejavam usar o segundo Livro de Oração Comum, de 1552. Outros preferiam a liturgia de Genebra. A opinião de Calvino foi procurada. Ele não se alinhou a Knox, considerou a polêmica inoportuna e censurou os litigantes por permitir que "um assunto tão pequeno quanto o cerimonial os dividisse"6. Knox e a congregação contentaram-se em fazer concessões: usavam uma versão modificada do Livro de Oração Comum, no qual a maioria dos responsos era omitida, os Salmos eram cantados em forma metrificada e não em cantochão, a congregação recebia a Comunhão sentada, e o ministro trajava uma simples toga preta.
Não muito depois, entretanto, chegou a Frankfurt um grupo de anglicanos mais teimosos, firmes no intento de continuar usando o Livro de Oração Comum sem alterações. Knox voltou a Genebra, onde, em paz e harmonia, preparou um livro de culto, ou Forma das Orações, baseado na liturgia de consenso adotada em Frankfurt. De volta à Escócia em 1559, Knox trouxe com ele sua Forma das Orações, do qual derivou diretamente o Livro de Ordem Comum da Reforma Escocesa.
Enquanto isso, na Escócia, em 1557, enquanto a Reforma ganhava embalo, os Lordes escoceses consideraram oportuno adotar o Livro de Oração Comum de 1552, que regulou os cultos escoceses até 1562, quando a Assembleia Geral aprovou o Livro de Ordem Comum; e, dois anos depois, passou a publicá-lo com os Salmos em anexo, exigindo que "cada ministro, conselheiro e leitor" possuísse um exemplar.
Mais uma observação: o Livro de Oração Comum faz uso daquela pequena jóia de oração conhecida como a Coleta, maravilhosamente sucinta e, contudo, tão teologicamente equilibrada e satisfatória para o uso devocional. Coletas raramente aparecem na Liturgia de Knox, mas orações ao estilo das coletas, traduções da obra do reformador francês Agostinho Marlorat, colega de Calvino e Beza, foram acrescentadas ao fim de cada um dos salmos do Saltério de 1595. É exemplo disso a que segue o Salmo 23:
Pai Eterno e Imortal, fonte de toda felicidade; rendemos-te graças e louvores porque te fizeste conhecido a nós como nosso pastor e defensor, que nos livra do poder de nossos adversários. Concede-nos que, lançando nós todo o medo e pavor da morte, abracemos e confessemos tua verdade, a qual aprouve a ti nos revelar por teu Filho, Nosso Senhor e Mestre soberano, Cristo Jesus. Amém.7
Devemos ler o Livro de Oração Comum porque nossas orações públicas precisam de toda a ajuda que puderem receber.
A maioria dos ministros da Igreja Livre da Escócia redigiam a "Oração Longa" [ou Oração Pastoral, N.T.] para incluir os elementos normais da oração (invocação, adoração, confissão e absolvição, ação de graças, súplica e intercessão), como sugerido no Diretório do Culto Público de Westminster. Hoje, tal abrangência é muito rara, mesmo quando a oração pública é dividida em orações de invocação e adoração perto do começo do culto, e de intercessão e súplica mais tarde. Além disso, nossas orações públicas frequentemente revelam muitos dos defeitos identificados por J. Ligon Duncan em um post de seu blog a respeito das ideias de Samuel Miller a respeito da oração pública.8
Quais são esses defeitos, ou ao menos alguns deles? Seguindo Duncan, vou listar alguns que me preocupam: o uso excessivo de clichês, de palavras e expressões favoritas; expressões que violam a gramática; desordem nos elementos de oração; detalhes demais em algumas partes, que levam a desproporção e desequilíbrio; orações longas demais ou curtas demais; dirigir-se às pessoas da Trindade com expressões inadequadamente íntimas ou sentimentais; abusar da oração para ensinar ou argumentar com a congregação; ênfase exagerada em pontos teológicos avançados, que podem confundir os descrentes; ser informal demais, ou familiar demais no diálogo com o Todo-Poderoso; expressão exageradamente sentimental da experiência cristã; demonstração inapropriada de "humildade" ministerial, ou autoflagelação verbal; emprego da primeira pessoa do singular; falta de noção da ocasião, tornando a oração inespecífica, genérica, servindo tanto para uma ocasião quanto para qualquer outra.
Por vezes nossas orações podem ser afetadas pela informalidade e auto-obsessão do século XXI, sendo reduzidas a súplicas mal formuladas que raramente vão além dos interesses cotidianos da congregação. Parece que raramente oramos pelas grandes coisas. Como Derek Thomas uma vez observou, intercessão e súplica podem se degenerar em recitais de órgão, incapazes de ir além do problema cardíaco do Sr. Macleod, da coluna da Sra. Campbell ou da vesícula do Dr. Ross.
Quais são os sinais da oração pública útil, reverente, piedosa? Eis algumas sugestões: a oração pública deve usar linguagem comum, mas digna; deve ser permeada por expressões e alusões bíblicas; deve ser abrangente e bem organizada, seguindo a progressão lógica dos elementos da oração; o tom de voz deve corresponder ao teor e assunto da oração; o conteúdo deve ser expresso de maneira sucinta, evitando ser vago, fazer rodeios no assunto ou descer a muitos detalhes; deve ser apropriada e oportuna à ocasião; deve manifestar variedade, e não ser estereotipada ou previsível. Deve ser missional, preocupada com o avanço do reino de Cristo e da glória de Deus. Deve ser marcada pelo espírito e expressões de esperança e confiança em Deus, nosso Pai. Deve ser dirigida ao louvor de Cristo, de sua pessoa e obra. A oração após o sermão deve ser solene e impressionante, na intenção de tocar a consciência. Deve ser humilde e modesta. Em suma, Miller acreditava que a melhor oração pública era a baseada nas orações das Escrituras, que são breves, bem ponderadas e bem ordenadas. Além disso, é adequado que a congregação repita, com frequência, a Oração do Senhor, em uma forma impressa e distribuída, ou projetada numa tela.
Tais conselhos inevitavelmente expõe fraquezas em nossa oração pública -- certamente na minha. Muitas de nossas falhas podem ser corrigidas pela reflexão sobre as formas de oração do Livro de Oração Comum, do Livro de Ordem Comum de Knox ou de liturgias protestantes clássicas, bem como por uma leitura cuidadosa daquele volume extremamente útil de Hughes Oliphant Old, Leading in Prayer: A Workbook for Worship [Dirigindo a oração: livro de exercícios para o culto] (Grand Rapids: William B. Eerdmans, 1995). Na minha opinião, nossas orações podem ser grandemente beneficiadas por uma preparação cuidadosa e por escrito, quer totalmente ou em notas para levar ao púlpito como auxílio à memória, até que sejamos bem-sucedidos em reformar nossa oração extemporânea.
Posso ouvir alguém dizer: "Por certo que os presbiterianos escoceses não adotam orações escritas!". Ao que eu respondo que tal objeção confunde as tradições dos não-conformistas ingleses com o presbiterianismo escocês. É verdade que Spurgeon defendia fortemente a oração extemporânea, advertindo que a introdução de orações escritas "entre os não-conformistas marcaria a era de nosso declínio e queda"9. Previsivelmente, J.C. Ryle, por outro lado, acreditava que a oração pública deveria ser sempre lida, e não extemporânea.10
Calvino e Knox não se alinharam a nenhum desses extremos. Ao contrário de Spurgeon, Calvino não esperava que todo ministro tivesse o dom de dirigir a oração pública. Nem em sua Liturgia de Estrasburgo de 1540, nem em sua Liturgia de Genebra de 1542, há qualquer impedimento acerca de formas escritas de oração. O próprio Calvino, como Hughes Oliphant Old nos lembra, usava as formas genebrinas de Confissão e Súplica, e a Oração de Intercessão "praticamente direto do livro"11. O Livro de Ordem Comum de Knox, que foi aprovado e adotado pela Assembleia Geral de 1562, permite ambas as abordagens, ao prefaciar cada oração com esta rubrica: "O ministro empregará esta [oração], ou de semelhante teor:".
Na minha opinião, é lamentável que o Diretório do Culto Público de Westminster tenha suplantado a liturgia de Knox e imposto a oração extemporânea, ao prescrever instruções detalhadas quanto ao conteúdo da oração sem oferecer quaisquer formas que pudessem ser utilizadas. De fato, essa rigidez puritana não funcionou bem na Escócia. Ao aprovar o Diretório, a Assembleia Geral de 1645 proibiu qualquer crítica ao Livro de Ordem Comum de Knox, bem como o "condenar (...) as práticas legítimas (...) que foram adotadas desde o início de nossa Reforma, como o uso do Credo Apostólico, do Gloria Patri e da Oração do Senhor"12. Se a Escócia não tivesse sido forçada a revisar seu culto público pelas pressões políticas oriundas do domínio de seu vizinho do sul, ela teria conservado o Livro de Ordem Comum, para maior riqueza de seu culto.
O que é intrigante, a primeira oração na Igreja Livre [da Escócia], na abertura da Assembleia Geral de 1843, em Tanfield Hall, não foi extemporânea: foi escrita e composta por Thomas Chalmers. O Rev. W. D. Killen, representante do Sínodo de Ulster, foi testemunha do fato de que "essa oração solene, apropriada e abrangente (...) foi escrita e disposta diante dele."13 Outro pai da Igreja Livre, James Bannerman, embora preferisse, em geral, a oração extemporânea, concedia que "ocasiões especiais (...) podem exigir ou justificar [o uso de] formas fixas de oração pública".14
Na minha opinião, já passou da hora de espanarmos o pó de nossos exemplares do Livro de Ordem Comum de Knox, de atualizarmos seu vocabulário e permitir que sua digna e benéfica influência se faça sentir uma vez mais na condução do culto público em nossas congregações. Para enriquecer e informar nossa oração pública, faríamos bem em ler e refletir sobre seu antecessor mais amplamente disponível, o Livro de Oração Comum. Já citamos Chalmers como um guia seguro a esse respeito. Ouçamo-lo de novo:
Debrucei-me... sobre o Livro de Oração inglês, com o que fui grandemente renovado e edificado no passado... Considero toda a obra um interessante monumento da piedade, da sã inteligência do cristianismo de melhores dias.15
Conclusão
Ministros aspiram a ser instrumentos da graça e poder de Deus, não menos em nossas orações públicas. Queremos ser, como John Piper sugeriu, um espelho espiritual, mas um espelho que não tem luz própria, nem qualquer outra utilidade, que não deixar algo que está além dele ser visto. Igualmente, a oração pública não tem valor intrínseco, além do seu potencial de refletir a luz, beleza, graça e poder de Deus.16 Mais do que isso, a oração do púlpito é uma função sacerdotal, através da qual o ministro guia a congregação à presença de Deus. Para esta tarefa solene e exigente, precisamos de toda a ajuda que pudermos conseguir das liturgias reformadas e manuais de oração, mas acima de tudo, faremos bem em observar a primeira regra da oração, segundo Calvino. Ela consiste em entrar em oração com plena consciência daquele a quem estamos nos dirigindo: "Que a primeira regra da oração seja ter nosso coração e mente orientados, como convém àqueles que entram em diálogo com Deus." Ao que acrescenta:
Saibamos, portanto, que ninguém se prepara devidamente para a oração, senão aqueles que se ficam tão impressionados com a majestade de Deus que se dirigem a ela livres de todo e qualquer cuidado e preocupação terrenos.17
1 William Hanna, Memoirs of the Life and Writings of Thomas Chalmers, vol. I, Appendix 50, p.528f.↩
2 Para uma bela introdução ao Livro de Oração Comum e sua história, cf. Brian Cummings (ed.), The Book of Common Prayer: The Texts of 1549, 1559 and 1662 (Oxford: Oxford University Press, 2011). ↩
3 Cummings, op. cit. p.xxiv. ↩
4 A rubrica caiu no Livro de Oração Comum de 1559 de Elizabeth I, mas voltou na edição de 1662, onde permanece até hoje. Em edições subsequentes ela foi impressa em preto, não em vermelho, daí seu nome popular, "a Rubrica Negra". N.A.↩
5 Citado por by Laing, op. cit., vol. 3. p.80.↩
6 Citado por William D. Maxwell, The Liturgical Portions of the Genevan Service Book [Os trechos litúrgicos do Livro de Culto de Genebra],(Edinburgh: Oliver and Boyd, 1931), pp. 5-6.↩
7 Prayers on the Psalms from the Scottish Psalter of 1595 [Orações nos Salmos dos Saltério Escocês de 1595](Edinburgh: Banner of Truth Trust, 2012).↩
8 Samuel Miller, Thoughts on Public Prayer [Reflexões sobre oração pública](Philadelphia: Presbyterian Board of Publication, 1849); meus comentários neste trecho devo muito ao artigo de J. Ligon Duncan, Thirty Two Principles for Public Prayer, Jan-Feb 2008, em 9 Marks Journal, acesso em 10 de agosto de 2012.↩
9 C. H. Spurgeon, Lectures to My Students[Palestras a meus alunos]. (Edinburgh: Banner of Truth Trust, 2008, reimpressão), p.56. É preciso observar com cuidado que o argumento de Owen contra liturgias se dá no contexto da Lei de Uniformidade de 1662, e, de qualquer forma, não é dirigido à composição de formas de oração, mas à imposição destas por autoridade civil ou eclesiástica. N.A. ↩
10 J.C. Ryle, Thoughts on the Prayer Book: The Usefulness of a Liturgy ↩
11 Hughes Oliphant Old, Worship: Reformed According to Scripture [O Culto: reformado segundo as Escrituras], (Louisville, Westminster John Knox Press, 2002), p.101. ↩
12 Duncan Forrester & Douglas Murray, (ed.) Studies in the History of Worship in Scotland [Estudos sobre a história do culto na Escócia](Edinburgh: T. & T. Clark, 1996), p.63. ↩
13 W. D. Killen, Reminiscences of a Long Life [Reminiscências de uma longa vida] (London: Hodder and Stoughton, 1901) p.96, ênfase no original.↩
14 James Bannerman, The Church of Christ [A Igreja de Cristo] (Edinburgh: Banner of Truth Trust, 1974) vol.1, p.380.↩
15 Hanna, op. cit., vol. II, p. 58. ↩
16 Citado por Justin Taylor, On Being a Mirror: The Image of God, the Longing for Significance, and the Meaning of Prayer, 8th August, 2012, [Ser um espelho: a Imagem de Deus, a busca por significado e o sentido da oração];The Gospel Coalition. ↩
17 Citado por R. C. Sproul em Examining Calvin’s Rules of Prayer (Part 1) [Examinando as regras de oração de Calvino], n.d., Ligonier Ministries, the teaching fellowship of R.C. Sproul.↩
5 comentários:
Agradeço pela sugestão de leitura deste artigo. Embora não acate a linha teológica do blog que o publicou (sim, eu vi....é uma tradução de >>> https://johnstuartross.wordpress.com/why-should-presbyterians-read-the-book-of-common-prayer/, mas que certamente é endossada pelo tradutor) eu o li. Gostei da riqueza das informações históricas mas confesso que não me motivou sequer à leitura do manual anglicano, menos ainda à refletir sobre a possibilidade de adotá-lo em substituição às orientações do Diretório do Culto Público de Westminster (que subscrevo). Com relação ao resumo dos "... defeitos identificados por J. Ligon Duncan ... a respeito da oração pública..." (>>> http://9marks.org/article/thirty-two-principles-public-prayer/) que o autor faz, concordo com cada palavra, mas não estou convencido que a solução seja o abandono do padrão estabelecido pelos pastores teólogos de Westminster. Em lugar disso penso que o melhor seria, àqueles que fazem orações públicas, aprimorarem-se através da leitura sistemática de obras como, p. ex., 1) A Method for Prayer - Matthew Henry (>>> http://www.amazon.com/A-Method-Prayer-Classic-Reprint/dp/1440072418) e 2) The Valley of Vision: A Collection of Puritan Prayers & Devotions - Arthur Bennett (Editor) (>>> http://www.amazon.com/The-Valley-Vision-Collection-Devotions/dp/0851512283), não excluindo a possibilidade deles escreverem as próprias orações para serem lidas por eles no Culto. Outra providência que acho recomendável é a inclusão dos "... elementos normais da oração (invocação, adoração, confissão e absolvição, ação de graças, súplica e intercessão), como sugerido no Diretório do Culto Público de Westminster. ...".
Entretanto, apesar do autor revelar sua preferência pelo livro anglicano como guia litúrgico ("... Na minha opinião, é lamentável que o Diretório do Culto Público de Westminster tenha suplantado a liturgia de Knox e imposto a oração extemporânea, ao prescrever instruções detalhadas quanto ao conteúdo da oração sem oferecer quaisquer formas que pudessem ser utilizadas. De fato, essa rigidez puritana não funcionou bem na Escócia. Ao aprovar o Diretório, a Assembleia Geral de 1645 proibiu qualquer crítica ao Livro de Ordem Comum de Knox, bem como o "condenar (...) as práticas legítimas (...) que foram adotadas desde o início de nossa Reforma, como o uso do Credo Apostólico, do Gloria Patri e da Oração do Senhor"12. Se a Escócia não tivesse sido forçada a revisar seu culto público pelas pressões políticas oriundas do domínio de seu vizinho do sul, ela teria conservado o Livro de Ordem Comum, para maior riqueza de seu culto. ... "), não o vi recomendar explicitamente aos presbiterianos o abandono do padrão de Westminster. Ao invés disso ele 'elegante e sutilmente' diz que, em sua opinião: "... já passou da hora de espanarmos o pó de nossos exemplares do Livro de Ordem Comum de Knox, de atualizarmos seu vocabulário e permitir que sua digna e benéfica influência se faça sentir uma vez mais na condução do culto público em nossas congregações." E emenda: " Para enriquecer e informar nossa oração pública, faríamos bem em ler e refletir sobre seu antecessor mais amplamente disponível, o Livro de Oração Comum.".
Ter um padrão de fé nos garante critério para "examinar tudo e reter o bem" (1Ts 5 >>> https://www.bibliaonline.com.br/acf/1ts/5). E o meu padrão, bastante provado e ainda não superado, continua sendo aquele definido (na redação dos documentos originais) pelo glorioso sínodo (Assembléia) de Westminster do século XVII.
"No início da bendita Reforma, nossos antepassados sábios e piedosos cuidaram de apresentar uma ordem para o desagravo de muitas coisas, que eles, na época, descobriram pela Palavra ser vãs, errôneas, supersticiosas e idólatras, no Culto Público a Deus. Isso fez com que muitos homens piedosos e letrados se alegrassem muito no Livro de Oração Comum apresentado naquela ocasião; Porque sendo removidos a missa e o restante do culto em Latim, o Culto Público foi celebrado em nossa própria língua, muitos dentre o povo comum também receberam o benefício de ouvir as Escrituras lidas em sua própria língua, que antes lhes eram como um Livro que está selado.
Entretanto, uma experiência longa e triste tornou manifesto que a liturgia usada na Igreja Anglicana, (apesar dos cuidados e intenções religiosas dos compiladores) já provou ser uma ofensa, não só para muitos dos piedosos deste país, mas também para as Igrejas Reformadas no estrangeiro. Pois, para não falar em insistir na leitura de todas as Orações, que aumentaram muitíssimo o peso dele; as muitas improfícuas e pesadas cerimônias nele contidas têm ocasionado muitos problemas, tanto inquietando as consciências de muitos piedosos ministros e outros, que não conseguiam se entregar a elas, como privando-os das ordenanças de Deus, que não podiam gozar sem que se conformassem ou subscrevessem àquelas cerimônias. Vários bons cristãos foram assim barrados da Ceia do Senhor; e diversos ministros capazes e fiéis excluídos do exercício de seu ministério (para o perigo de vários milhares de almas, numa época de tão grande falta de pastores fiéis) e destituídos de sua subsistência, para ruína deles e de suas famílias. Prelados e seus partidários têm trabalhado para erguer a estima dele [o Livro de Oração Comum] a tais alturas, como se não houvesse nenhum outro culto, ou modo de cultuar a Deus entre nós, mas só o livro do culto, para grande impedimento da pregação da Palavra, e (em alguns lugares, especialmente nestes últimos tempos) empurrando-a para fora, como desnecessária; ou (na melhor das hipóteses) como muito inferior à leitura da Oração Comum; esta última tendo sido feita nada melhor do que um ídolo por muitas pessoas ignorantes e supersticiosas que, agradando-se a si próprias com sua presença naquele culto, e o trabalho de sua voz em estarem tomando parte nele, têm se endurecido em sua ignorância e descuido do conhecimento da salvação e da verdadeira piedade.
Enquanto isso os papistas gabavam-se de o Livro ter concordância com eles em grande parte de seu culto, e assim foram não poucos confirmados na superstição e idolatria deles, esperando mais que voltássemos a eles, do que buscando a Reforma de si próprios; em qual expectativa foram ultimamente muito incentivados, quando, com a pretendida legitimidade de impor as cerimônias anteriores, novas cerimônias eram impostas a cada dia sobre a Igreja."
Diretório de Culto de Westminster (Prefácio) - p. 23-24
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