Hino: Às portas de Damasco

Imagem: Nicolas Bernard Lepicié (1735-1784). A conversão de S. Paulo (1767). Óleo sobre tela. Museu Norman Rockwell, Stockbridge, Massachusetts, EUA. 

A tradição ocidental relembra, no dia 25 de janeiro, a dramática conversão de Saulo de Tarso à fé cristã, retratada no capítulo 9 dos Atos dos Apóstolos. O jovem fariseu passou de feroz perseguidor da Igreja ao maior propagador da fé entre os gentios, e o mais prolífico autor do Novo Testamento.

Em hinários de língua inglesa, a data é comemorada com o hino We sing the glorious conquest, de John Ellerton (1826-1893). Ellerton, nascido em tradicional família evangélica inglesa, foi ministro anglicano, capelão militar, educador e grande hinologista, autor e tradutor de numerosos hinos e co-editor da Sociedade para a Promoção do Conhecimento Cristão (SPCK na sigla inglesa), responsável pela publicação de vários hinários. Esta versão portuguesa é do Rev. Eduardo Henrique Chagas.

A melodia associada ao hino, Munich, é mais conhecida no protestantismo brasileiro junto ao hino Ó Cristo, o Pão da Vida. De origem germânica, foi recolhida, entre outras coleções, no Meininger Gesangbuch (1693).

                Às portas de Damasco

1. Às portas de Damasco,
Vitória do Senhor:
Quando o temível Saulo,
Da Igreja espoliador,
Qual lobo respirando
Ameaça, morte e dor,
Laçado foi por Cristo,
Presa do Bom Pastor!

2. Oh! Glória sempiterna
Que a estrada atravessou!
Oh! Alva luz, tão pura
Que a Saulo, então, cegou!
Oh! Voz que repreende
Com terna mansidão!
Oh! Amor incansável
Que gera a conversão!

3. Sabedoria santa,
Que o mundo guia assim,
Com amor soberano,
Até o previsto fim.
Oh! Santa ironia,
Tão sábio construtor,
Vais empregar na obra
Quem foi seu destruidor!

4. Ensina-nos, ó Cristo,
Mesmo na escuridão,
Diante de perigos:
Nos guarda tua mão!
Tua graça misteriosa
Maior que o homem é,
E até em teu inimigo
Instila santa fé. Amém.

We sing the glorious conquest
Letra: John Ellerton (1826-1893), 1871; trad. Eduardo Henrique Chagas (1984- ), 2021.